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No meio do mato cerrado, havia uma antiga lagoa de barro. Dentro da lagoa, uma formiga tentava regressar à margem, percorrendo uma folha de rosmaninho. A poucos metros desta, um ser humano gritava de forma intermitente, quando a cabeça vinha à tona da água. Pelo trilho que passava junto à lagoa, caminhava outro ser humano. Este, ouvindo os gemidos daquele que se afogava, correu para a margem. Olhou para a lagoa e observou uma formiga, em cima de uma folha que desaparecia na água, e um ser humano que, sem apoio nenhum, agitava os braços. O ser humano que estava na margem reservou alguns instantes para considerar cada uma das opções de salvamento. Sabia que apenas havia tempo para salvar um dos seres. Mergulhou então na água e resgatou a formiga, que assim sobreviveu e pôde regressar ao formigueiro.

Luís Ramos

(Os Invulgares)

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