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Depois d’aquelle «adeus» que em beijos escondemos,

Quiz ver ainda uma vez o nosso ninho, a alcova

0nde por nossas mãos urdimos e tecemos

Essa eterna illusão do Amor, que é sempre nova…

 

Entro, pé ante pé, n’uma anciedade estranha,

E, a fallar-me de ti tudo o que me rodêa,

Vejo sobre o teu leito uma sinistra aranha,

Como outr’ora nós dois, compondo a sua teia.

 

Cae-me das mãos a luz! fico petrificado!

Pela janella aberta o luar meio azulado

Tornava ainda maior a sombra em que fluctua…

E como um grito vão de angustia inconsciente,

Ouviam-se a distancia os cães sinistramente

A uivar, a uivar, a uivar contra o Silencio e a Lua!

 

Ilha dos Amores, de António Feijó, em breve na Bibliotrónica Portuguesa.

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