Chovia.
No casarão enorme respirava-se uma tal humidade que mandámos accender o fogão da sala.
Ouviamos escorrer a chuva dos beiraes, gotta a gotta e olhavamos com melancholia, atravez das vidraças molhadas para o arvoredo do velho jardim envolto em nevoa.
O Fabricio trouxera na vespera, de um passeio, duas monstruosas flôres de cacto, vermelhas, rigidas, soberbas, violentas e cheias de maldade. Arrancara-as ao muro de uma ruina e ficara com as mãos em sangue. O Poeta collocara-as n’um vaso japonez decorado com dragões, em cima de uma columna de onde agora presidiam, insensiveis e altivas, á nossa conversa.