O quarteto de narrativas breves deste livrónico é atravessado pelo famoso Helikopter-Streichquartett de Karlheinz Stockhausen. O artista plástico Jorge Caseirão, que, sem conhecer as narrativas, ilustrou o livro a partir do mesmo quarteto de cordas e quatro helicópteros, usou um método peculiar: uma batedeira de bolos, a que atou um conjunto de minas de carvão. Assim conseguiu produzir os efeitos de movimento e suspensão que algumas narrativas referem também. O leitor curioso poderá ver Caseirão a produzir (com som) um desenho aqui.
E toda esta aventura começou na leitura de um artigo de M.S. Lourenço sobre a impureza que o recurso à linguagem verbal, provida de sentido, traz à literatura, por oposição à música. O compositor Nuno da Rocha, que prefaciou o livro, oferece ao leitor a perspetiva de quem se afastou para a música, precisamente pela impureza do sentido. De quem vê na criação uma guerra fatal, graças à qual, porém, somos um pouco mais que poeira.
O livrónico tem ainda um posfácio de Ângela Correia, que assina também a edição.
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