A morte prematura de uma filha marcou a vida de Luthgarda de Caires, conhecida por ter criado o conhecido evento Natal dos Hospitais. A escritora dedicou-se ao acompanhamento benemérito das crianças desfavorecidas nos hospitais, nomeadamente no Hospital D. Estefânia e também a melhorar a situação dos reclusos, especialmente a das mulheres, tendo sido condecorada, em 1931, como Oficial da Ordem de Benemerência.
O livro de poesia, Violetas, foi publicado pela primeira vez em 1922 e, de novo, em 1925. Contém uma obra injustamente esquecida.
Quimera! Melodia enternecida
da vaga murmurando, prateada.
O ciciar da rosa perfumada,
rezando uma oração desconhecida…
Quimera! Sonho, esp’rança enfraquecida,
fugindo como louca perturbada
a procurar uma ilusão doirada,
morrendo após uma ilusão perdida.
Mas eu vivo a sonhar e amo a quimera,
á luz dela sorrio, e quem me dera
dar-lhe sempre em meu peito ideal guarida!
Quisera não scismar noites e dias
que a vida é um rosário de agonias
e que a maior quimera inda é a vida…
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