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A Bibliotrónica Portuguesa acaba de publicar duas reedições de dois livros de Luthgarda de Caires, autora injustamente esquecida, mas cuja obra social é lembrada em cada Natal dos Hospitais, evento que a ela se deve. São eles Pombas Feridas, publicado pela primeira vez em 1914, e Violetas, publicado inicialmente em 1922.

Marcada pela prematura morte de uma filha, Luthgarda de Caires dedicou-se ao acompanhamento de crianças doentes e desprotegidas, nomeadamente no Hospital D. Estefânia. Pombas Feridas, pequeno livro, publicado pela primeira vez 1914, dá conta da realidade brutal do trabalho infantil e do abandono, que a autora testemunhou.

Após a implantação da República, Luthgarda de Caires, nascida em 1873, foi encarregada pelo ministro da Justiça de estudar a situação dos reclusos em Portugal, especialmente a das mulheres. A denúncia da péssima situação, nomeadamente de higiene, conquista mudanças significativas para esta população. Em 1931, Luthgarda de Caires foi condecorada como oficial da Ordem da Benemerência pela dedicação às causas sociais das crianças e das mulheres.

A poesia incluída em Violetas, publicado em 1922 e posteriormente, de novo, em 1925, não é, no entanto, uma poesia de intervenção. Reflete um olhar feminino, mais ou menos condicionado, sobre o mundo natural, social e político, e sobre o ser que sente, pensa e, nesta poesia, também se narra. Tendo sido injustamente esquecida, esperamos que estas reedições contribuam para reavivar a memória da obra de Luthgarda de Caires.

Devemos um agradecimento a André Costa, voluntário da Bibliotrónica Portuguesa, que se ocupou da revisão destes dois livros.

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