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Tags: Luís Ramos

Novidades | Crítica editorial | Crónicas | Narrativas breves

Sem título, por Luís Ramos

São 17 h 11 min. É quase noite. E voltámos ao mesmo. Sempre o mesmo. Acordamos ainda de noite. Queremos a noite. Queremos o dia. Ah… Não é isto e isto não pode continuar. Eu tenho de sair daqui. Eu quero ser professor ou empresário. E quero ter muito dinheiro e uma mulher bonita. Quero […]

Dança metropolitana das cadeiras, por Luís Ramos

A primeira pessoa a entrar na carruagem encontra os quatro bancos vazios. Pensa: bem, vou sentar-me neste banco junto à janela, para que as outras pessoas tenham mais facilidade em sentar-se e sair, já que apenas saio na última paragem. A música recomeça. Primeiro os apitos, depois o fecho das portas, o comboio ganhando balanço, […]

Novo original de poesia já disponível

Verbo Condicionado é o título do álbum de poesia de Luís Ramos (Os Invulgares) que a Bibliotrónica Portuguesa acaba de acolher na página de originais. Com edição e ilustração de Ângela Correia. Trata-se do livro de estreia de um jovem poeta, onde a voz do mais simples quotidiano se articula com o questionamento da vida. […]

A lagoa de barro, por Luís Ramos

No meio do mato cerrado, havia uma antiga lagoa de barro. Dentro da lagoa, uma formiga tentava regressar à margem, percorrendo uma folha de rosmaninho. A poucos metros desta, um ser humano gritava de forma intermitente, quando a cabeça vinha à tona da água. Pelo trilho que passava junto à lagoa, caminhava outro ser humano. […]

Indefinido, por Luís Ramos

Ali há um espelho. Eu fui deitar-me defronte. – Pode vir também… se quiser… Isto de nos vermos ao espelho é muito importante! O espelho era tão cinzento. A sala estava tão escura. Eu acendi a lanterna do telemóvel e deitei-o no chão. O rosto ficou tão nítido no espelho. Eu pude contemplar o meu […]

Carta, por Luís Ramos

O meu amigo Talé, grande construtor de sentimentos mas fraco na ortografia, pediu-me para corrigir uma carta de amor que ele pretendia enviar a uma rapariga chamada Biró, que o prendera no encanto dela. Como retribuição pelo favor prestado, pedi-lhe uma cópia da carta, que abaixo deixo transcrita. Eu, como sou fraco no sentimento… talvez […]

Soberba intelectual, por Luís Ramos

O mestre saudou Aqueap, o discípulo. O discípulo saudou Aqueen, o mestre. O mestre ensinou o discípulo a contemplar o invisível com o pensamento. O discípulo desobedeceu. O discípulo queria apenas contemplar o visível. O mestre ensinava que o invisível é sagrado. Mas o discípulo dizia para si que o mestre estava errado e que […]

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